GOVERNO CANHOTO, SINISTRA OPÇÃO
Quando eu era menino, não era coisa boa ser canhoto e se uma criança se metia a engraçadinha e queria fazer coisas com a mão esquerda, era imediatamente aconselhada a usar a direita, a mão “certa”. Na escola, nem pensar! A professora estava ali, atenta e decidida a não permitir tal “desvio”.
Com o tempo e o saber, viu-se que não há nada de errado em ser canhoto, que tudo se deve ao funcionamento de um ou de outro lado do cérebro para a mesma função. Hoje, ao contrário, se incentiva o pleno uso da tendência natural das pessoas em utilizar a mão esquerda, se esse é o caso. Descobriu-se, ademais, que a recusa em valer-se do lado cerebral que nos foi atribuído pela Natureza pode causar conseqüências danosas à saúde.
Em Política, percebe-se afinal que, muito mais importante que ser rotulado como de “direita” ou de “esquerda”, é ter um cérebro competente, capaz de permitir atuações civilizadas, decisões sensatas, procedimentos corretos.
Não é o caso do atual governo e, diga-se de passagem, nem do anterior. Chafurdando no lamaçal de corrupção em que mergulhou o País, o governo petista, em tragicômica atuação, insiste em negar o mal feito e sua responsabilidade.
O presidente vai além e, delirante, despreza a realidade, proclamando-se modelo de competência, com o que estaria “ensinando uma lição ao mundo!” Afinal, exclama: “Apesar da crise, o País continua a funcionar!”
Esquece o “Esplendoroso Guia” de seus seguidores que o País, graças à desastrada atuação de seu desgoverno, tem perdido seguidas batalhas no campo internacional e, por causa da corrupção crescente, foi rebaixado em várias posições no quadro de países. Essa é a triste realidade.
O “culto à personalidade” com que tratam o “Reluzente Comandante” seus subordinados e cortesãos faz lembrar o vexatório e ridículo tratamento dispensado aos líderes norte-coreanos e outros bufões por seus apaniguados. Não passa de mais descarado puxa-saquismo!
Finge não saber o atual presidente que o sucesso das exportações se deve às imensas forças latentes na economia brasileira e não ao trabalho (não realizado) de sua equipe. Se a economia vai bem, o faz apesar do governo e não por causa dele. Iria muito melhor, se pudesse contar com ele ou se, pelo menos, não atrapalhasse tanto.
O que o governo faz lembrar é um canhoto que decidiu ser destro na vida. Não é uma coisa nem outra, até porque lhe falta um cérebro competente.
(Barcelona, 9.10.2005)
MÁFIA!
De uma coisa não se pode acusar o atual governo: de deslealdade, ao menos para com os criminosos corruptos de seu partido, o PT, e os de outros partidos que o apóiam e aos quais conseguiu comprar com verbas, empregos, maracutaias.
Desdobra-se o presidente, desde o início de sua (indi)gestão, em distribuir cargos e favores aos seus sócios. Pior, dedica-se com descarada insensatez a proteger os denunciados de corrupção. Nega que o faça, mas o faz. Não tendo conseguido evitar a instalação das comissões de inquérito, assegurou-se - com a cumplicidade de seus acólitos - de que não conseguiriam alcançar seus objetivos maiores.
Hipócrita, denuncia o "denuncismo" da imprensa, fingindo não saber que o crime não é sua apuração mas sim o ato que lhe dá origem. Seus pupilos não são vítimas inocentes de jornalistas safados. São cínicos mafiosos que se locupletaram com dinheiro de "origem ainda desconhecida", outro nome da desamparada "Viúva" que, devíamos sempre lembrar, quer dizer "eu, tu, ele, nós, vós, eles".
Depois de festejar a "nomeação" do presidente da Câmara dos Deputados, prepara-se o governo para enterrar de vez as esperanças do Povo em ver esclarecidas as gravíssimas denúncias de corrupção. Maldito seja, por mil anos, se o conseguir!
Onde estão as vozes libertárias dos artistas, intelectuais, estudantes, operários que, enganados pela máfia petista, colocaram no poder tamanho arremedo de governo?
Mais que nunca, é preciso deixar de lado frívolas ideologias que iludem tão facilmente os incautos e os adolescentes, e cerrar fileiras em defesa de nosso País, entregue à sanha de histéricas hienas políticas.
O corrupto não é de direita ou de esquerda mas sim de baixo. Da parte baixa do forno maldito onde se preparam as tramas contra a Nação.
(Barcelona, 4.10.2005)