Paz

Eu quero amar
Antes que um botão de homem
Destrua todos os botões de rosas!
Eu quero amar
Antes do acidente entre o oriente e o ocidente!
Eu quero amar
Antes de ser poeira humana entre o pó atômico!


Leia-se nos jornais da Vida:
“Procura-se um botão antiapertável,
um acidente que não ocorra ou, pelos menos,
um aspirador de pó atômico.”
Enquanto isso, falou-se, temeu-se, odiou-se a guerra!


Pois eu grito: que venha!
E que destrua todos os botões de homens,
Acidentes, poeiras e pós!
Talvez na devassidão dos ares,
No abandono da terra,
Nas cidades arrasadas,
No todo destruído,
No meu jardim sem flores,
No teu palácio sem paredes,
Nas tuas armas retorcidas
E
No que restar do estoque de bombas,
Surja, finalmente, a Paz!


Pena que, então, não adiante mais nada...
No hoje, o “ser superior” continua planejando
O crime perfeito, holocausto suicida.
Não restarão testemunhas,
A não ser o imenso vazio de corpos
A murmurar dentro do silêncio humano:

PAZ!

 

DISCORDANDO DE VINÍCIUS

Os olhos de minha Pátria

são feitos de Sol e Lua;

seus cabelos são as matas

e sua pele, a terra nua!

 

Seu sangue corre nos rios,

seus ossos são de minério;

auriverde, azul e branco,

são as cores, sem mistério!

 

Só mudaria uma coisa

na minha Pátria querida:

pessoas que não a amam

mas que lhe devem a vida!

 

  (M. de Valença, 31.10.2010) 

 
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