A PALAVRA

A mão que fere pode não matar

O corpo que por ela foi ferido.

A ofensa, há de sempre arrebatar

O prazer do coração ofendido. 

 

Soubéssemos usar tão perigoso

Instrumento ao dispor de nossa mente,

Talvez fosse bem menos doloroso

O viver que nos cabe ter à frente. 

 

A palavra, expressão do pensamento,

Tem dom de ser virtude ou ser pecado,

E pode trazer paz ou desalento 

 

Ao espírito que a gerar do vento,

Se àquele que por ela for tocado,

Conceder alegria ou sofrimento. 

 

(M. de Valença, 19.1.2008)

 

JOSÉ

José sabia o segredo

de como abrir corações,

de amar sem limite ou medo

de sofrer decepções!

 

Estava sempre disposto

a ajudar quem precisasse,

sem mostrar nunca no rosto,

que fazê-lo o incomodasse.

 

Era irmão de seu amigo

e amigo de seu irmão,

no prazer e no perigo,

 

cada hora, dia inteiro.

Está vivo, morreu não,

Meu Zezinho, o "Zé Chaveiro"!

 

(M. de Valença, 16.12.2007)