O AMOR, ESSA DOCE LOUCURA
Eu te amei com a pura razão dos loucos,
Com a paixão de um profeta no deserto,
Convencido que estava, como poucos
Que, ainda distante, estarias perto!
Eu te amei com a pureza dos mais santos,
Com ternura de alguém que é bem amado;
Sem jamais entregar-me aos desencantos,
Nem mesmo quando fui abandonado!
De tanto amar, perdi-me por completo,
E fui caminho, para que passasses,
E, quando tempestade, eu fui teu teto!
Eu te amei porque te amei, tão somente,
E não porque quisesse que me amasses,
Já que amar é doar-se, simplesmente!
(M. de Valença, 31.8.2008)
SER MÃE
Ser Mãe é ser, do filho, a estrela guia,
A mão que afaga, mama que alimenta,
Carinho que a cada gesto anuncia
A dor que cessa, a alegria que aumenta!
É ser a pedra que alicerça a vida
Que gerou no ventre e que trouxe ao mundo;
Na tempestade, ela nos dá guarida
E, na solidão, faz-se amor profundo!
Se estamos tristes, dá-nos esperança
E, se nos perdemos, é nosso norte;
Se naufragamos, é a mão que se alcança,
E, no duro inverno, o calor que aquece!
Ser Mãe é estar presente além da morte,
É ser aquela a quem jamais se esquece!
(M. de Valença, 4.8.2008)