PEQUENA RÃ

Vivemos no mesmo chão, tu e eu.

Respiramos, os dois, o mesmo ar.

Teu alimento pode ser o meu

como poderia ser teu, meu lar.

 

É um pequeno planeta, o que nós temos:

a "Terra azul", no sistema solar.

O Sol é uma estrelinha, nós sabemos,

perdida na galáxia, a girar.

 

E a Via Láctea é só um caminho

entre o número infinito que existe,

sabido ou não, no universo inteirinho.

 

Sê meu Amigo, pois quero ser teu,

fazer-te feliz, deixar de ser triste!

"Somos do mesmo sangue, tu e eu!"

 

(Dacca, Bangladesh, 17.2.1976)

 

SONETO PARA NINAR VOCÊ

Era uma vez uma cegonha arteira

que trazia, num ovo colorido,

uma criança feliz e maneira,

para atender especial pedido.

 

Vinha tão distraída, que esbarrou

numa estrela azul que no céu brilhava!

Pronto! O ovo caiu e o que o salvou

foi que um anjo bom por ali passava.

 

(Os anjos amam as crianças. Tanto,

que sabem quando elas correm perigo

e, se não podem vir, vem um amigo).

 

Terá sido por Destino, portanto,

que o ovinho se dividiu em dois:

eu nasci primeiro e você, depois!

 

(Dacca, Bangladesh, 4.2.1977)