COMPANHEIRISMO

Ter a companhia de amigos foi o motivo de Paul Harris para idealizar e criar o Rotary. O propósito de servir à comunidade teria vindo depois, num processo  natural, já que as pessoas que valorizam a  companhia de poucos, sabem  o segredo de serem solidárias com muitos.

A importância do espírito companheiro é fundamental na vida de um rotariano. Sem ele, o indivíduo vive em colméia de uma abelha só, destinado ao fracasso. Afinal, somente a união de esforços consegue fazer com que objetivos maiores sejam alcançados.  A Humildade, virtude tão esquecida quanto rara nos seres humanos, ensina que, sozinhos, quase nada podemos.

No entanto, a Arte do Companheirismo não se resume apenas  à prática dos encontros formais estipulados pelos estatutos do Club. Ela exige, como toda Arte, esforços muito maiores  de seus adeptos e aprendizes pois implica em saber conviver.

A convivência com os Companheiros e Companheiras no Club tem, obrigatoriamente, que ser baseada no Respeito Mútuo, Cordialidade e Tolerância.  Sob a desculpa esfarrapada de possuir “personalidade forte”,  acreditamos às vezes e erradamente, ter o direito à grosseria e à indelicadeza para com nossos Companheiros(as).    Tal procedimento afasta as outras pessoas de quem assim age, cria um ambiente desagradável e desunido e, sem a união das abelhas, morre aos poucos a colméia.

Só conseguiremos atrair novos Companheiros e Companheiras para nosso convívio se estabelecermos um padrão mais elevado de Companheirismo entre nós. Todo trabalho voluntário, como é o caso do Rotary, só tem sucesso quando é capaz de convencer pessoas de um tipo muito especial:  idealistas dispostas a transformar o mundo num mundo melhor. Essas pessoas são, de um modo geral, sensíveis e educadas e não conseguem conviver e trabalhar com outras hostis e de mau gênio.

As abelhas, sem reclamar do cansaço, voam muitos quilômetros em busca do néctar guardado nas flores. Assim fazem porque sabem do resultado de seus esforços: o sucesso da colméia e o milagre do mel! Se queremos novas abelhas em nosso Club, vamos espalhar as flores da delicadeza e da simpatia nos jardins de nossas almas. Seremos, dessa forma, melhores Companheiros.

 

(M. de Valença, 19.02.2010)

 

ESCOTISMO E ROTARY  

Paul Harris e Baden Powell,  respectivamente os criadores do Rotary e do Movimento Escoteiro, foram inspirados, no início do século XX, por idéias semelhantes em seus objetivos: Unir para Servir!

Enquanto o primeiro iniciava sua vida adulta e profissional em Chicago, o segundo retirava-se, com honras, de longa e profícua carreira militar a serviço de sua pátria.

Ambos traziam em sua bagagem de Vida, viagens pelo mundo e pelas pessoas, que enriqueceram seus espíritos com experiências e ensinamentos utilizados na construção de suas obras imorredouras.

Se o Rotary pretendia, em seu começo, agrupar adultos que estivessem dispostos a usar conhecimentos profissionais em benefício de suas comunidades, o Escotismo teve a formação do caráter dos jovens, desde seus primórdios, como seu escopo, seu norte. Enquanto o primeiro estabeleceu o Companheirismo como a força que uniria seus membros, o segundo propôs a Fraternidade, com o mesmo propósito.

Paul Harris repetia, com veemência, que os Clubes do Rotary deveriam apoiar, decididamente, a criação e manutenção de Grupos Escoteiros, consciente de que os jovens beneficiados pela formação proposta por Baden Powell seriam, no futuro, possíveis e melhores rotarianos.

Os dois movimentos, espalhados pelos quatro cantos da Terra, são reconhecidos por sua seriedade e pelos benefícios que trazem a todos os povos privilegiados com sua presença. São complementares e deveriam ter consciência disso, trabalhando juntos pelo ideal comum: Melhorar as Pessoas para Melhorar o Mundo!

 

(M. de Valença, 19.01.2010)