A FARSA ELEITORAL

A maior parte dos eleitores que se abstiveram de votar, anularam seus votos ou os deixaram em branco, não o fizeram por causa do feriado, da chuva, da seca ou por dor de barriga, como os políticos e juízes eleitorais desejam convencer, uma vez mais, o povo que acredita em Papai Noel, bruxas e fadinhas. Ora, 2.452.449 votaram em branco, 4.688.423 anularam os votos e 29.187.114 simplesmente decidiram ser melhor nem comparecer às urnas, desiludidos, desencantados, enojados.  A verdade é que a soma desses eleitores (36.336.297) representa quase 27% do total dos votos possíveis, ou seja, do número integral de eleitores.  Quase todos optaram por votar "não" aos dois candidatos impostos pelos partidos ao  povo brasileiro. 

As leis eleitorais tentam iludir, mais uma vez, os incautos brasileiros, jogando no lixo a opinião de 36.336.297 eleitores que se abstiveram, anularam ou deixaram em branco seus votos. As normas, que interessam somente aos políticos, consideram válidos apenas os votos (99.462.514) que sufragam os dois candidatos impostos, atribuindo, com esse cálculo esperto, 56% dos votos à candidata vencedora quando, em verdade, ela teve apenas os votos de 41% do total de eleitores possíveis (135.798.811).

E agora, como considerar legítimo(a) um(a) vencedor(a) que ficou com apenas 41% dos votos disponíveis? Não se exige para tanto a maioria?  Pois maioria não é! O único caminho possível para se resolver de vez essa recorrente situação, é o de criar um Movimento Popular, nos moldes do Ficha Limpa, para modificar as leis eleitorais. É preciso que todos os votos sejam válidos, em respeito a cada um dos eleitores. É necessário dispor que os eleitores terão o direito de recusar os dois candidatos apresentados. É fundamental, finalmente, que se a maioria dos eleitores decidir que nenhum dos dois candidatos serve para o cargo em disputa, novas eleições, com novos candidatos, sejam convocadas. Gostou da idéia? Passe para frente.

 

(M. de Valença, 1 de novembro de 2010)

 

MEU VOTO, MEU DIREITO

Às vésperas de mais uma eleição presidencial, ficamos os eleitores  submetidos às normas eleitorais feitas pelos políticos, em seu próprio benefício, não para o nosso. A Constituição estabelece que o voto é um direito e, a  lei, um dever. Que diabos! Ou é uma coisa ou outra! Mas isso não é o pior!

Reúnem-se os partidos políticos, agremiações com interesses nem sempre honrosos, e escolhem seus candidatos para os cargos nos Poderes Executivo e Legislativo. Não são “nossos” candidatos! São deles, dos senhores dos partidos.

Assim, obrigados pela lei a exercer o que deveria ser um direito constitucional e portanto, facultativo, somos ainda confrontados com o ter que escolher, no caso das eleições para o Executivo, um entre os dois candidatos impostos. Ora, e se eu decido que nenhum dos dois candidatos oferecidos reúne condições mínimas para exercer o cargo em disputa? Tenho o direito – que deveria ter – de manifestar com clareza meu sentimento, minha idéia, minha decisão? Não, não tenho! Se me abstenho, deixo em branco ou anulo meu voto, minha opinião vai para a lata de lixo e meu voto não conta, não vale!

Precisamos mudar as regras eleitorais! Quem sabe um Movimento Popular como o que resultou na Lei da Ficha Limpa, consiga obrigar nossos deputados e senadores a criar, na legislação eleitoral, a opção por nenhum dos dois candidatos apresentados. Caso a maioria dos eleitores assim escolhesse, seriam obrigatórias novas eleições, com novos candidatos!

Podem imaginar o cuidado que os partidos políticos passariam a ter, antes de indicar seus prepostos aos cargos eletivos?

 

(Marquês de Valença, 29.10.2010)