LUZ, AMOR E SOMBRA
Amar-te é uma aventura e desventura.
Amar-te é uma alegria, alegre e profunda tristeza.
Tu não me amas, e o dizes.
Insisto em te amar, entretanto.
Como se pudesse evitá-lo e,
evitando o Amor, evitasse o pranto.
E, se pudesse, não o faria
pois te amar é função natural de mim
e de cada trecho do meu corpo
que te serviu de leitura, passatempo.
Amar-te, amor impossível, amante imaginável,
é lindo, puro, trágico,
sonho cotidiano, irrealizável.
(Beirute, 13.7.1980)
DÚVIDA E LUZ
Já não te amo, com certeza!
(O telefone tocou.)
Já não te amo.
(Talvez seja tua chamada.)
Já não...
(Corro ao telefone.)
Eu te amo!
(Beirute, 4.6.1980)