FLOR DE MIM
Tenho a beleza do Tempo
e tu, o tempo da Beleza!
Cada qual, belo a seu tempo,
cada um, sua riqueza!
Teu, da Beleza o momento,
o frescor da primavera,
o vigor do sentimento,
o nascer de nova era!
Minha, a beleza vivida,
Os doces frutos do outono,
A certeza adquirida
De que sou meu rei e dono.
Dá-me o calor que te aquece,
o teu querer sem ter fim,
a graça que te enobrece,
o teu corpo de marfim!
Eu te darei os segredos,
a calma e a paz do jasmim;
acabarei com teus medos,
eu te farei Flor de Mim!
(Barcelona, 3.6.2003)
A MORTE DE UM PEQUENO REI
Com leve ruflar de asas,
Revelou seu despertar;
Nas árvores, como casas,
Num galho, como seu lar.
O pássaro pequenino,
Pela luz do sol tocado,
Parecia um rei menino,
De tão feliz, encantado!
Mal sabia o inocente,
Que antes do final do dia,
Um bicho chamado gente,
Com prazer, o mataria.
(Rio de Janeiro, 12.12.2006)