CURTA O DIA, POIS CURTO É O DIA

(Para Diego)

 

“CARPE DIEM” (HORACIO, 65 A.C.)

 

A vida não volta atrás

Nem repete seus momentos;

É como um rio que faz,

Do tempo, seus movimentos.

 

Nos primeiros trinta anos,

Aprenda para viver;

Na escola, nos desenganos,

Colecione o Saber.

 

Dos trinta aos sessenta faça

Uso do que aprendeu;

No trabalho a hora passa

E lhe dá tudo o que é seu.

 

Daí até aos noventa,

É o melhor de se viver!

Na velhice se afugenta,

O medo do que vai ser.

 

É quando se alcança, enfim

Direito a se sentir bem,

E seguir, até o fim :

“Curta o dia”, “carpe diem”!

 

(Barcelona, 21.8.2006)

 

HORA DO CAFEZINHO

O café chegou! É tempo de deleite e,

como todo funcionário público

é potencialmente amigo das letras

(apesar da burocracia, burra monotonia,

mãe de bicos de papagaio),

tudo indica que às musas, as mesas

e máquinas de escrever agradam.

 

Nessa época de enfartos e fartas análises,

escrever um poema, às vezes, vale mais que

duas visitas a um cardiologista ou

quatro sessões psiquiátricas. O café esfriou!

 

(Dacca, Bangladesh, 6.2.1977)