O ESCOTISMO EM VALENÇA

O Movimento Escoteiro existe em Valença desde 1923. Criado em 1907 na Inglaterra por Baden Powell, Lord of Gilwell, o Escotismo chegaria ao Brasil em 1910. Hoje presente em quase todos os países do mundo, é uma Fraternidade que visa aprimorar o Caráter de seus participantes. Atualmente, a União dos Escoteiros do Brasil, com sede em Curitiba-PR, representa-se nos Estados através das Regiões Escoteiras, divididas em Distritos e, finalmente, pelos Grupos Escoteiros.

Seu método educativo, de grande eficácia, prevê a participação voluntária do jovem que, no trabalho de equipe utilizado pelo Escotismo, desenvolve suas habilidades, seu espírito de liderança e sua autoconfiança.  Mais importante ainda, ao fazer sua Promessa, o Escoteiro (de qualquer idade) assume o compromisso de fazer o melhor possível para, pela sua Honra, cumprir seus deveres para com Deus e a Pátria, ajudar o Próximo em toda e qualquer ocasião e seguir a Lei Escoteira.

Os dez artigos da Lei Escoteira são:

  1. O Escoteiro tem uma só palavra e sua honra vale mais que sua própria vida.
  2. O Escoteiro é leal.
  3. O Escoteiro está sempre alerta para ajudar o próximo e pratica diariamente uma boa ação.
  4. O Escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais Escoteiros.
  5. O Escoteiro é cortês.
  6. O Escoteiro é bom para os animais e as plantas.
  7. O Escoteiro é obediente e disciplinado.
  8. O Escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades.
  9. O Escoteiro é econômico e respeita o bem alheio.
  10. O Escoteiro é limpo de corpo e alma.

Como se pode ver, os valores defendidos pela Lei Escoteira nunca foram tão necessários como atualmente. Por isso, é tão importante a reativação do Movimento Escoteiro em Valença. O atual Grupo Escoteiro (Carambitas), fundado em 13.07.1968, está construindo a Sede em terreno de sua propriedade, na R. Savério Pentagna 452, no Parque Pentagna.

A Comissão Executiva do Grupo convida todos os valencianos a participarem desse extraordinário Projeto Tanguará, que visa dotar o Movimento Escoteiro em Valença de bases sólidas que lhe permitam perpetuar-se, em benefício da formação de nossos jovens.

O adulto interessado, além de poder ingressar no Movimento como Escotista (líder e instrutor), pode fazer doação em dinheiro ou material ou ainda inscrever-se como Sócio Amigo do Grupo, fazendo contribuições regulares para a obra de construção da Sede e, depois, para sua manutenção. A pequena ajuda de cada um, somada a de muitos, permitirá ao Grupo alcançar seus objetivos maiores.

O email para contato é O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. . Os telefones são: (24) 24520594 e (24) 88080681.

 

(M. de Valença, 26.5.2009)

 

O ESCOTEIRO, HOJE E AMANHÃ.

“O Globo” de hoje publica, em sua “Revista” e com direito a chamada na primeira página do jornal, artigo assinado por Renato Lemos sobre o que  acredita ser  o Escotismo.

O jornalista, talvez desinformado, de baixo nível profissional, produziu um artigo leviano e repleto de erros de pesquisa: (“UBE, União Brasileira de Escoteiros” ao invés de UEB, União dos Escoteiros do Brasil),  diminutivos irônicos e reveladores de sua alma pequena (“direitinho”, “passinhos”, “mindinhos”) e inverdades  como designar os Escoteiros da década de 70 como “da ditadura” ou decidir , referindo-se ao grande educador Baden Powell como autor de “ideário” (“Escotismo Para Rapazes) onde há lugar para “uma série daqueles rituais e códigos difíceis de decifrar”. A letra, para o analfabeto, será sempre um mistério.

Certamente sofrendo de dores ideológicas extemporâneas, alega ser “comum encontrar nos grupos atuais alguém lembrando histórias de generais amigos que colocavam um grupo inteiro em caminhões do exército e despachavam para atividades no campo”, com direito, segundo ele, a  “soldados fazendo sentinela, barracas individuais e sacos de dormir camuflados e, regalo dos regalos, suplementos alimentares à base de pasta de amendoim”. “Os escoteiros da ditadura, vejam só”, conclui  debochadamente, “se sentiam como se fossem boy scouts na América.”

A seguir essa linha distorcida de análise, muito comum entre adeptos fanáticos das extremidades políticas, poder-se-ia dizer que os escoteiros atuais se sentem como cubanos, cujo "comandante" ditador é tão caro às lideranças políticas de esquerda que, no momento, legislam e executam no País. A afirmação seria tão esdrúxula e ridícula como a do jornalista.

Na década de setenta, fui chefe escoteiro em minha cidade, participando de muitos acampamentos locais e de âmbito nacional. Em nenhum deles tivemos “soldados como sentinelas”, ganhamos “pasta de amendoim, barracas individuais e sacos de dormir camuflados” do Exército ou nos sentíamos como se fossemos “boy scouts of América”, nossos irmãos escoteiros do país do norte. O grande exemplo, entre nós, era Caio Martins, certamente desconhecido do primário jornalista. Por outro lado, talvez amanhã, com tanta insegurança e violência, não seja uma idéia absurda pedir proteção armada às forças públicas para realização de acampamentos...

Atualmente e contrariando a afirmação do jornalista de que o “Escotismo perde força”, estamos os Antigos Escoteiros da década de setenta, reativando o Movimento em nossa cidade, construindo a Sede do Grupo e decididos a deixar, para o Futuro, a riqueza da Formação Escoteira.

O nível do artigo é tão baixo que não deve tratar-se de fruto de ignorância  ou incompetência, apenas. Estivesse reproduzido em panfleto destinado à leitura de poucas e descuidadas pessoas, não mereceria comentários. No entanto, quando um jornal da importância de “O Globo”  publica tamanha tolice, não se pode calar.

Se o número de Escoteiros diminuiu consideravelmente no Brasil nas últimas décadas, não é, ao contrário do que pretende fazer crer o jornalista, porque seus ideais sejam ultrapassados e precisem ser “renovados”, como garante . Pelo contrário, nunca foram tão atuais e necessários.

A queda de números de Escoteiros reflete a crise da Família, que se desintegrou e dos valores de Caráter, esquecidos e, por isso, não mais ensinados e transmitidos aos jovens, em sua maioria. Reflete também a lassidão dos costumes resultante de tais fatos. A lei do menor esforço afasta da seriedade os menos sérios.

O Escotismo é uma Escola de Formação do Caráter e a importância disso parece escapar aos sentidos do jornalista. O Método Escoteiro permite ao jovem,  além disso,  aprender a trabalhar em equipe, desenvolver habilidades que o ajudarão por toda a vida, fazer amigos e conhecer a si mesmo. “Descascar batatas” no acampamento, ao invés de acender um “baseado” na esquina, prepara melhor o jovem para descascar, no futuro, os inevitáveis abacaxis da vida. Afinal, o objetivo do acampamento é, nas atividades que lá acontecem, a transmissão de ensinamentos e valores como Lealdade, Fraternidade e Liderança. Não tem, como quer o descuidado jornalista em seu tom de mau gosto, caráter depreciativo.

Quem precisa de “renovação” é o Brasil de hoje, dos “mensaleiros”, “aloprados” e demais corruptos no poder, das escolas abandonadas e do ensino reduzido ao seu mais baixo nível, dos jovens seduzidos pela impunidade e tragados pelas drogas e pelo crime. O Brasil  nunca precisou tanto do Escotismo, tal e qual proposto pelo seu fundador,  Robert Stephenson Smyth Baden-Powell,  Lord of Gilwell, e presente na maioria dos países do mundo, em todos os continentes.

O Escotismo precisa, na verdade, de “restauração” de seus princípios e valores pois terá sido exatamente a adesão de muitos às modernidades falaciosas de costumes, às facilidades trágicas de comportamentos das últimas décadas que resultaram no encolhimento das pessoas e, consequentemente, no menor número de adeptos ao Movimento. Restaurado, o Escotismo voltará a representar esperança de um amanhã melhor para nossos filhos e netos. Por isso, que ainda  exista e dê seus bons frutos,  até muito depois de quando o jornalista e eu não mais existirmos.

 

(M. de Valença, 10.5.2009)