AMIGOS
Os amigos, que são sempre verdadeiros ou não seriam amigos, têm a extraordinária capacidade de saber um do outro, não importa a distância ou o tempo que os separa. Visitam-se até mesmo em realidade disfarçada de sonhos.
São gerados no útero da dedicação e da tolerância, paridos nos momentos mais preciosos da vida, permanecendo ligados para sempre pelos cordões umbilicais da amizade, invisíveis fios de energia divina manifestada no espírito.
A lealdade canina dos amigos faz deles utilidade fundamental para nossa segurança e felicidade. Se precisamos, estão lá. Se não, estão atentos, prontos a correr em nosso auxílio.
Alguns, os encontramos pela primeira vez, no existir de agora. Outros, os reencontramos, velhos companheiros desta longa caminhada chamada Vida. Naqueles, descobrimos novas experiências que enriquecem ainda mais nossas almas. Nestes, visitamos encantados, os tesouros acumulados no passado comum.
São indispensáveis, os amigos. Sem eles, não passaríamos de sombras de um dia sem sol, invisíveis passageiros do nada. Quando se lembram de nós, vibram nossos corações e sorriem nossos lábios, sem saber por quê.
Os amigos são verdadeiros Anjos da Guarda, materializados na dimensão humana, companheiros da hora e de sempre.
(M. de Valença, 12.02.2011)
O ANALISTO DA PRESIDENTA
Era uma vez um presidente que conseguiu eleger sua sucessora. Tão logo instalada, tomou logo importante medida: deveria ser chamada de “presidenta” e não “presidente”, como até então se acreditava dever-se-ia tratá-la. Coisa certamente do feminismo desvairado que tomou conta dela e de muitas outras mulheres, com sua eleição.
Decidiu que todos os órgãos ministeriais e da presidência deveriam adotar o termo e assim se cumpriu. “O problemo” (ou “ a problema”, para ser politicamente correto...) é que, se a mania pega, o ex-presidente deverá ser chamado de “ex-presidento”; seu motorista deverá ser chamado de “motoristo”, se for homem e, da mesma forma, seu “analisto”. O comandante de seu avião, se for macho, deverá ser chamado de “comandanto” e, fêmea, de “comandanta”. Não vai dar certo...
Com tanta coisa séria no país para se preocupar, “seu excelêncio, o ex-presidento” deveria ter aconselhado melhor sua sucessora, se tivesse podido. Começa mal o governo que apenas continua o que mal terminou.
(M. de Valença, 4.1.2011)