TOLERÂNCIA

Grande parte dos conflitos entre pessoas e nações nasce da intolerância por parte de um ou de outro lado, às vezes por parte dos dois. A incapacidade de aceitar diferentes opiniões, hábitos culturais diversos ou comportamentos desiguais, leva os seres humanos ao atrito, à agressão mútua, à mútua destruição.

Deveríamos lembrar sempre que, quando discordamos, não precisamos compartilhar ou adotar a opinião, hábito ou comportamento que não aceitamos em nós mesmos. Basta que compreendamos que a outra parte tem tanto direito aos seus modos de ser, pensar ou agir quanto nós, aos nossos. Ao comportarmo-nos desta forma, estabelecemos um clima de respeito mútuo que impede o despertar de mágoas e ódios.

Que triste, monótono e sem graça seria o mundo se uma única cor existisse, somente uma canção se ouvisse por toda parte, se todos tivéssemos a mesma aparência física ou pensássemos da mesma forma!

A evolução da Humanidade tem berço nos questionamentos, nas perguntas, nas indagações e não nas concordâncias absolutas com a primeira voz, nos comunicados  sem objeções do primeiro ditador, no silêncio gelado das mentes adormecidas pelo medo de discordar, de ser, de pensar de outra forma.

O que nos engrandece é, como se vê, a busca incessante, pelos bravos, de novos conhecimentos e não o confortável imobilismo dos covardes. Nossa sobrevivência dependerá, ao final, de sermos capazes de aceitarmo-nos, uns aos outros como somos e não como gostaríamos que todos fossem.

A Tolerância, portanto, é Virtude maior a ser cultivada por pessoas bem educadas e sábias, que buscam crescer a cada momento, em paz e harmonia com seus congêneres, sempre desiguais.

 

(M. de Valença, 17.08.2011)

 

FAMÍLIA OU CAOS!

A revolução industrial pariu o consumismo e ambos levaram para as fábricas, escritórios e lojas as mulheres, cujo desempenho como mães educadoras fora sempre fundamental para a formação do caráter dos filhos e  estabilidade da família. O modelo  tradicional e bem-sucedido da entidade familiar tinha o pai como o trabalhador que a sustentava e a mãe como principal responsável pela transmissão dos valores de caráter aos seus descendentes. Pai e mãe trabalhavam e educavam, de forma e em tempos diferentes.

A revolução feminista alcançou objetivos válidos, como o do direito das mulheres ao voto e à formação intelectual. Perdeu-se, no entanto, quando serviu para transformar em falsa vergonha  o mais honroso papel que a mulher poderia almejar: o de educadora de seus filhos, que exige sua presença no lar.

O Estado, gerido por toscos ideólogos, atribuiu-se o papel de educador da juventude, o que, por sensatez, jamais lhe pertencera. Decidiram os sociólogos e pedagogos a soldo de idéias já descartadas pela História, que competiria à escola a formação integral dos jovens.  O objetivo proposto, jamais atingido, não o será nunca por absoluta incapacidade do Estado e da escola de substituir a família.  

Não é preciso pensar muito para se dar conta das terríveis conseqüências dessas decisões: os alunos, desorientados, transformam-se em massa de fácil manobra para objetivos políticos inconfessáveis. Ora, à escola sempre competiu e competirá apenas a formação intelectual da juventude. A ninguém mais e muito menos à instituição alguma além da família,  deve caber a responsabilidade maior sobre a educação, a transmissão de valores aos jovens.

Ao retirar dos pais o direito e dever de educar os seus filhos, proibindo-os de estabelecer limites e de punir as transgressões, não querem os falsos pedagogos proteger a juventude, como apregoam em suas cartilhas malditas. O que eles pretendem, pelo nivelamento mais baixo possível dos princípios de cidadania, é o domínio do futuro, a preservação de seu poder sobre as pessoas.

Os efeitos nefastos de tais decisões já estão aí: uma juventude cada vez mais mal-educada, desrespeitosa, despreparada para a vida. O que fazer? Aceitar passivamente o estado atual das coisas ou agir para mudar o que sentimos que está errado, muito errado?

Proponho a transformação do programa social “Bolsa Família” em projeto que auxilie na restauração do modelo tradicional da entidade familiar: o pai trabalhando fora e a mãe trabalhando no lar. Proponho, acima de tudo, uma verdadeira contra-revolução nos costumes, em que o Estado e a Sociedade se unam para restabelecer os valores de Caráter, transmitidos pelos Pais. Só assim conseguiremos salvar o Futuro. Como alternativa, o caos.

 

(M. de Valença, 5.6.2011)